Músicas

Músicas

Criação do banco de leite pode reduzir mortalidade

novembro 19, 2019

/ Por João André Sumbo
A taxa de mortalidade neo-natal em Angola pode reduzir consideravelmente, com a entrada, ontem, em funcionamento, do Banco de Leite Humano, na Maternidade Lucrécia Paím, admitiu, em Luanda, a ministra da Saúde.




Sílvia Lutucuta falava durante o acto de inauguração do primeiro Banco de Leite Humano, onde formalizou acordos de cooperação técnica com o Ministério da Saúde do Brasil, nos domínios da prevenção e controlo do cancro e atenção integral às pessoas com anemia falciforme.
Para a ministra, as evidências científicas também demonstram a importância de adesão ao projecto dos Bancos de Leite. Considerou fundamental amamentar após o nascimento do bebé para reduzir os riscos de mortalidade neo-natal e contribuir para a recuperação da mulher.
A ministra reconheceu que o leite materno tem tudo o que bebé necessita até atingir seis meses de vida, inclusive água, que protege a criança contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Acrescentou que, com isso, reduz em 13 por cento a mortalidade em crianças menores de cinco anos e o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.
“O Banco de Leite, entre outros, vai dedicar-se à recolha, processamento e oferta de leite aos bebés prematuros, bem como de seropositivas e outras, que tenham dificuldades de amamentar”, disse a ministra.
Quanto mais cedo a criança for amamentada, acrescentou, maiores são as possibilidades de uma amamentação bem-sucedida, além de estimular e fortalecer o vínculo entre mãe e bebé.
De acordo com a ministra, o Banco de Leite Humano é um serviço dedicado especificamente à recolha de leite humano, possibilitando a existência de um stock regular para o atendimento da demanda. Além disso, acrescentou que pode, igualmente, dedicar-se a trabalhos de investigação, educação, informação e aconselhamento sobre o aleitamento materno.
“Apelamos aos técnicos de saúde e aos profissionais da comunicação social para intensificar as acções de informação, educação e comunicação em Saúde, no sentido de esclarecimento de eventuais dúvidas e mitos à volta do leite humano, pois quanto mais e melhor o fizermos, mais facilmente a população compreenderá e dará todo o apoio ao projecto”, apelou.
Sílvia Lutucuta agradeceu a bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, na qualidade da mentora do projecto, o Ministério da Saúde do Brasil, Fundação Oswaldo Cruz e a Agência Brasileira de Cooperação pelo apoio, carinho e irmandade demonstrados durante a construção do projecto. O primeiro Banco de Leite Humano conta com 25 técnicos formados por angolanos e brasileiros, entre nutricionistas e fisioterapeutas.
Acordo com o Brasil
A ministra falou, igualmente, do acordo de cooperação firmado ontem entre Angola e o Brasil, nos domínios da prevenção e controlo do cancro e atenção integral às pessoas com anemia falciforme.
Para Sílvia Lutucuta, o entendimento demonstra as excelentes relações entre os dois países, sobretudo na formação de quadros de Medicina.
A ministra reconhece que existem ainda áreas estratégicas na investigação do cancro, doentes com anemia falciforme e transplante, pelo facto de o sector público, nesta área, ser dos maiores do mundo.
O ministro da Saúde do Brasil, Luís Henrique Mandetta, espera que o novo serviço do Banco de Leite Humano promova mais saúde, qualidade de vida e bem-estar das famílias e crianças de Angola.
Considerou que se trata de um dos mais bem sucedidos projectos da cooperação técnica brasileira, uma vez que a saúde constitui o tema central da agenda de cooperação internacional em todos os ângulos.
“Queremos fazer muito mais com Angola, com sentido de ampliar a capacidade na formação de recursos humanos e a partilha de conhecimentos e experiências para a execução das suas políticas nacionais. O Banco de Leite Humano já existe em 23 países. Este é o terceiro instalado no continente africano”, disse.
A coordenadora do projecto, Elisa Gaspar, admitiu que há três décadas que se tem “lutado” para criação do Banco de Leite Humano, daí ter agradecido o apoio dado pelo Brasil e pelo Ministério da Saúde.
“Finalmente, conseguimos abrir o nosso Banco de Leite Humano. É muito importante para todas as crianças e para as mães que, por qualquer motivo, estejam impossibilitadas de amamentar. Temos 50 doadoras registadas na maternidade e, por dia, podem garantir a recolha de 100 litros de leite”, precisou.


Nenhum comentário

Postar um comentário

Don't Miss
© Todos Direitos Reservados!
© Platina Mais