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Sondagens confirmam continuação do impasse

novembro 04, 2019

/ Por João André Sumbo

O líder do Partido Socialista Operário Espanhol, Pedro Sánchez, defendeu, ontem, que prefere um Governo da esquerda, enquanto o do Partido Popular, Pablo Casados, acredita que há um “empate técnico”, num dia em que foi publicada uma sondagem que aponta para a manutenção do bloqueio político em Espanha.

Líder do PSOE, Pedro Sánchez, manifesta vontade de liderar um Gonerno de esquerda
Fotografia: Dr
A uma semana das eleições de 10 de Novembro, Pedro Sánchez, actual Primeiro-Ministro e cabeça-de-lista do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) pela quarta vez nos últimos quatro anos, renovou, ontem, em entrevista à “La Vanguardia” a vontade de liderar um Governo de esquerda.
“Sempre olhámos para a esquerda e o Unidas Podemos (extrema-esquerda) é o nosso parceiro preferido. Mas nos últimos quatro anos, em quatro ocasiões, bloquearam a formação de um Governo progressista”, afirmou o secretário-geral do PSOE, que lidera as sondagens, insistindo na “afinidade das políticas sectoriais” com aquele movimento.
O líder do Partido Popular (PP, direita) e principal partido da oposição, a crescer nas sondagens, Pablo Casado, prevê um cenário de “empate técnico” e apela ao voto útil dos eleitores do Cidadãos (direita-liberal) e do Vox (extrema-direita).
Numa entrevista ao “El Mundo”, Casado acusa Sánchez de “não ter feito nada para restabelecer a ordem” na Catalunha, porque os socialistas “precisam” do apoio dos independentistas, responsabilizando também o Primeiro-Ministro em funções por possíveis actos de violência que ocorram nesta região de Espanha nos próximos dias, a começar já hoje, quando o Rei de Espanha visitar Barcelona.
O diário “El País” publicou ontem uma sondagem que indica a vitória do PSOE nas eleições de 10 de Novembro, mas com o partido a perder força em relação às eleições de Abril, mantendo-se a situação de bloqueio político no país.
A uma semana da nova consulta eleitoral, o estudo de opinião prevê que o partido de extrema-direita, Vox quase duplica o número de deputados no Parlamento e pode passar a ser a terceira força política nacional com 13,7 por cento dos votos, a seguir ao PSOE com 27,3 e ao PP com 21,2 por cento.
No domingo, terceiro dia da campanha eleitoral, vários cabeças-de-lista partidários, entre eles Pedro Sánchez, aproveitaram para se preparar para o único e muito esperado debate eleitoral que vai ter lugar na noite de hoje na televisão.
A candidata por Barcelona do Cidadãos, o partido mais penalizado na sondagem, Inês Arrimadas, atacou o PSOE e o PP por terem governado com maioria absoluta no passado, deixando “a Catalunha em apuros” e preparando-se agora para “fazer o mesmo”, a não ser que a sua formação também esteja no Executivo.
O candidato do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, pediu o voto dos “socialistas de coração”, que queiram que este movimento esteja no próximo Governo para que, segundo ele, sejam realizadas as mudanças sociais que o PSOE não fará se estiver sozinho no Executivo.
Iglesias também incluiu o PSOE entre os partidos que considera “constitucionalistas da charanga (instrumentos de sopro) e pandeireta” e assegurou que os socialistas, PP, Cidadãos e Vox “competem para ver quem tem a maior bandeira” de Espanha.
As eleições daqui a uma semana são as quartas nos últimos quatro anos, sem que os vários executivos investidos tenham conseguido assegurar a estabilidade necessária para governar durante uma legislatura completa.
Nas últimas eleições, em 28 de Abril, o PSOE foi o partido mais votado mas longe da maioria absoluta, não tendo conseguido receber o apoio suficiente para continuar a governar, principalmente do Unidas Podemos com quem negociou.
O PSOE obteve nessa consulta eleitoral 123 deputados (28,68 por cento dos votos), PP 66 (16,70 por cento), Cidadãos 57 (15,86 por cento), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31 por cento) e o Vox 24 (10,26 por cento), tendo os restantes deputados sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalistas e independentistas.

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