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CEDEAO encoraja Aristides Gomes a continuar a organizar as eleições

novembro 05, 2019

/ Por João André Sumbo
A Comunidade Económi-ca de Estados da África Ocidental (CEDEAO) encorajou, domingo, o Primeiro Ministro Aristides Gomes, a continuar a organização das eleições do dia 24 e ameaçou aplicar sanções aos políticos guineenses que perturbarem o processo..

Em comunicado de fim de uma missão ministerial, a organização oeste-africana voltou a frisar o apoio e o reconhecimento a Aristides Gomes como Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, cujo Governo, realçou, teve o programa aprovado no Parlamento do país.
“A missão reafirma o apoio pleno ao Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, que viu o programa do Governo aprovado na Assembleia Nacional Popular a 15 de Outubro, confirmando assim a confiança e o apoio do Parlamento”, disse o presidente da comissão da CEDEAO, Jean Kassi Brou, ao ler o comunicado final da missão.
A missão reiterou o “carácter ilegal” do decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz, pronunciado no dia 29 de Outubro, no qual demitiu o Governo de Aristides Gomes, nomeando no dia seguinte Faustino Imbali como novo Primeiro-Ministro.
A missão ministerial da CEDEAO salientou novamente que a organização poderá impor sanções individuais a quem tentar perturbar as eleições do próximo dia 24. A organização encoraja o Governo de Aristides Gomes a intensificar a luta contra o tráfico de drogas, que “continua a ser uma amea-ça à segurança e estabilida-de da Guiné-Bissau e toda a sub-região.”
No comunicado, a CE- DEAO felicita o início da campanha eleitoral, no sábado, e apela aos 12 candidatos para “competirem dentro de um espírito positivo, sem violência”, confirmando a decisão de enviar 70 observadores eleitorais, com o objectivo de contribuir para o “reforço da transparência e credibilidade” do processo.
O comité ministerial felicita também os apoios da União Africana, União Europeia, Organização das Nações Unidas (ONU), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de Angola, Portugal, Espanha e Estados Unidos face à “posição da CEDEAO em relação ao Governo legítimo da Guiné-Bissau.”
A missão da CEDEAO felicitou ainda o “profissionalismo” da Ecomib, força de interposição desta organização, na Guiné-Bissau, desde o golpe de Estado militar em 2012, e a “neutralidade” de-monstrada pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau. A missão antecede uma cimeira extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da organização, que vai decorrer sexta-feira no Níger, para tratar especificamente da crise política na Guiné-Bissau.
PAIGC e a “festa da democracia”
O candidato às presidenciais do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse, domingo, que, no dia 24 de Novembro, os guineenses vão decidir sobre o seu futuro e ambições.
“A decisão não é sobre candidatos, é a decisão so-bre a nossa vida, sobre o nosso futuro e sobre as nossas ambições”, afirmou Do-mingos Simões Pereira, num comício no Espaço Verde, em Bissau.
Na intervenção, Domingos Simões Pereira falou sobre a festa da democracia, que teve início sábado, com o arranque da campanha eleitoral para as presidenciais, mas que há regras e que um democrata as cumpre.
“Para participar nesta festa da democracia, tem de ser democrata e aceitar as regras da democracia, tem de se aceitar que o povo é que escolhe e quando o povo escolher a discussão acaba”, afirmou.
Domingos Simões Pe-reira salientou que em de-mocracia se escolhe com base na comparação de ideias e não com base na cor, etnia e religião. O candidato pediu também unidade entre os guineenses, porque só assim é possível “lutar contra o subdesenvolvimento, po- breza e todos os males da sociedade.”
Aos guineenses, Domingos Simões Pereira prometeu, caso seja eleito no dia 24 de Novembro Chefe de Estado, respeitar a dignidade das pessoas que lutaram pela independência do país e combater as desigualdades.
“O próximo mandato vai ser dedicado à promoção da igualdade”, disse, salientando que é preciso repor a dignidade dos guineenses. Domingos Simões Pereira esclareceu também que não vai dedicar “nem um se-gundo” da campanha eleitoral a “falar mal dos outros candidatos.”
“Não temos tempo para isso, nem para responder a provocações. Os problemas da Guiné-Bissau são tão profundos que temos de começar a trabalhar desde o pri-
meiro dia. Queremos falar da Guiné-Bissau e dos guineenses”, afirmou.
A campanha eleitoral para as presidenciais de 24 de Novembro começou sá-bado e vai decorrer até 22 de Novembro. Participam na corrida 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

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