Em declarações ao Jornal de Angola sobre o Dia Nacional da Prevenção contra o Cancro da Mama, Vanda Freire considera precoce os casos de cancro da mama que se vão registando no país e apontou que, a nível mundial, a estatística é de 25 por cento de mulheres que padecem da doença.
Apesar do surgimento de vários casos, a responsável admitiu haver avanços assinaláveis no que se refere ao tratamento da doença a nível do país, mas reconhece que há ainda muito por fazer.
A presidente do FMLCM disse que, apesar dos progressos no sector da Saúde, relativamente ao tratamento da doença, ainda se assiste a morte de mulheres que padecem da patologia, por não procurarem pelo tratamento de forma atempada.
No sentido de evitar que haja mais mortes, o Fórum de Mulheres de Luta contra o Cancro da Mama tem intensificado as suas acções de sensibilização e de rastreio.
“Sentimo-nos felizes porque fazemos um trabalho muito importante no sector da Saúde, pois sem saúde um país não cresce. Pensamos intensificar as nossas acções de prevenção, que faz com que as pessoas tomem conhecimento do que é o cancro da mama”, disse.
De acordo com Vanda Freire, na organização existem mulheres voluntárias que, incansavelmente, explicam e ensinam como se deve proceder para evitar o cancro da mama e deixam recomendações de hábitos de como evitar a doença.
O Fórum de Mulheres de Luta contra o Cancro da Mama é uma instituição independente que actua há mais de dez anos. O grupo espera contar no próximo ano com um espaço próprio para a realização das consultas de rastreio.
Criado há dez anos, o FNLCM, em alusão ao mês “Outubro rosa”, realizou várias actividades, como palestras em várias instituições a nível nacional, feiras de saúde, encontros de aconselhamento, marchas, sessões de rastreio, entre outras acções que marcaram o dia.
A presidente da agremiação considerou positivas as acções realizadas e manifestou-se optimista quanto ao futuro. “Já estamos enraizados no mundo da saúde e, com isso, temos conseguido levar a população feminina a ter consciência sobre o cancro da mama”.
Vanda Freire disse que este ano a associação vai trabalhar sobretudo na área de testagem e rastreio. Acrescentou que a acção está a ser desenvolvida em parceria com o Hospital Geral de Luanda com duas médicas de oncologia e uma enfermeira que fazem o rastreio.
“Um dos maiores desafios do FMLCM é ter um médico especialista em mamografia e psicólogos para o acompanhamento das pacientes. Muitas vezes, quando realizamos as nossas sessões de rastreio e quando recebemos uma mulher com diagnóstico positivo para o cancro da mama, não temos como dar seguimento ao tratamento desta, daí a nossa parceria com o Hospital Geral, onde encontramos especialistas na área”, precisou.
Vanda Freire lembrou que, após fazer o rastreio, é necessário se ter consciência do que se precisa fazer a seguir, referindo que a associação por si só não tem conseguido dar resposta e, nalguns casos, tem que encaminhar para o Instituto Nacional de Oncologia.
Dados do Instituto Nacional de Controlo do Cancro indicam que, de Janeiro a Outubro deste ano, foram registados, no país, 351 casos de cancro da mama, todos eles em estado já avançado, o que dificultou a abordagem dos médicos em termos de tratamento.
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